A filosofia da idade moderna
nasceu graças aos trabalhos dos protagonistas do renascimento cultural e
científico dos séculos XIV e XV entre eles Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci,
e dos esforços de cientistas e pensadores como Galileu Galilei, Francis Bacon,
René Descartes e Emanuel Kant nos séculos seguintes e tem entre suas
características:
a) O
Racionalismo
A filosofia moderna
propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes.
Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as
palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra”. O
renascimento trouxe uma ênfase renovada no desenvolvimento científico e na
capacidade humana e a necessidade de uma nova definição do ser humano e seu
lugar no mundo. Na modernidade a chamada Idade da Razão então, surgiu à
necessidade de redefinir os paradigmas. Por
entender ser possível chegar ao pleno conhecimento através do processo de
pensamento racional, Descartes, idealizou um processo de dúvida metódica pelo
qual através da rejeição (eliminação) de pensamentos ou ideias em que resida a
menor dúvida o homem seria capaz de alcançar o conhecimento. As obras do
Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus
processos.
b) O
Empirismo
Quando Leonardo Da Vinci
afirma que "A sabedoria é filha da experiência" (ABBAGNANO, §388) ele
de fato resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo
trabalho antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores contra posição aos
racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio
experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode
chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Marlene
Chauí explica que Francis Bacon "propõe a instauração de um método,
definido como modo seguro de 'aplicar a razão à experiência', isto é, de
aplicar o pensamento lógico aos dados oferecidos pelo conhecimento
sensível". (2006 p.126)
Marlene Chauí afirma que para
os empiristas o contato com o mundo externo através de um conjunto de sensações
(através dos sentidos) leva a um processo de dedução que possibilita o
conhecimento. c) A perfectibilidade.
Os precursores da filosofia
moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na
perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão
humana. Iniciou-se uma "busca por expressar, entender, explicar pela razão
perfeita a natureza perfeita" A
ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é
possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento.
c) Iluminismo
Danilo Marcondes em sua
Introdução à História da Filosofia oferece a seguinte síntese do Iluminismo, ou
Século das Luzes um movimento do pensamento europeu (mais forte na França)
concentrado principalmente nos últimas cinco décadas do século XVIII - "O
Iluminismo valorizou o conhecimento como instrumento de libertação e progresso
da humanidade, levando o homem à sua autonomia e a sociedade à democracia, ou
seja, ao fim da opressão." (2007. p.210). Tomando de base suas palavras, o
iluminismo como movimento dentro da modernidade, mantendo a ênfase na
racionalidade, tem características próprias tais como:
a) Liberdade e o fim da opressão.
b) Vulgarização da Filosofia e a literatura
clandestina.
c) O Projeto dos Enciclopedistas
Conclusão:
A filosofia moderna coloca a
razão, sujeito a exigências da fé na idade média, em liberdade e por fim à
dependência do ser humano possibilitando seu esclarecimento, colocando o conhecimento
ao seu alcance. Representa (na Europa ocidental) uma retomada do pensamento da
antiguidade e libertação do conhecimento do controle da igreja poderosa
dispensadora da graça divina na idade média.
Embora represente um retorno
do pensamento racional à supremacia, e, em particular um novo olhar ao
pensamento platônico, a filosofia moderna em declarar que o conhecimento é
acessível e alcançável a todos e não faz separação entre o mundo sensível das
coisas e o mundo intangível das ideias. Na antiguidade Platão e Aristóteles
visaram à formação de uma sociedade perfeita e feliz através da ação conjunta
em prol do bem comum (ação política) na polis. Os habitantes da pólis foram
considerados homens esclarecidos, esse esclarecimento foi reservado apenas os
cidadãos gregos, não foram incluídos as mulheres, as classes trabalhadoras e
muito menos os escravos. A filosofia moderna e o iluminismo não restringiam o
conhecimento a uma elite social, religiosa ou intelectual, o colocaram ao
alcance de todos que desejavam sair da minoridade, da dependência do tutelar de
outros. A sociedade moderna (perfeita) seria o resultado do esclarecimento de
todos.
Referências Bibliográficas:
1.ABBAGNANO, Nicola História da
Filosofia, vol. VI. Lisboa -1970: Editorial Presença. Versão eletrônica:
2.CHAUÍ, Marilena Convite à Filosofia
Editora Ática -13ª ed. 2006.
Andrei
ResponderExcluirDe acordo com o que você falou a filosofia moderna coloca a razão, sujeito a exigências da fé na idade média, em liberdade e por fim à dependência do ser humano possibilitando seu esclarecimento, colocando o conhecimento ao seu alcance. Portanto segundo Descartes: “Penso, logo existo”. Este pensamento valoriza a razão como única possibilidade de perceber a existência.