sábado, 5 de maio de 2012

Em que consiste a “Teoria dos dois mundos” defendida por Platão?


             Platão, aluno de Sócrates, quem o inspirou na apreciação do Bem, levando em consideração as idéias de Sócrates, de Parmênides e de Pitágoras, além da teoria órfica (o corpo é o cárcere da alma), criou uma teoria, a Teoria das Idéias, que procura dar explicação às perguntas mais complexas da filosofia.
            Assim é, que ele acredita serem as Idéias Perfeitas o extrato da realidade, enquanto que o sensível (o que podemos sentir, usando os sentidos), que nos é dado pelo corpo, é um elemento que verdadeiramente atrapalha nosso espírito no conhecimento das Idéias Puras.
            Como? Assim: Platão cria dois mundos (idéia originária, em parte, de Parmênides), um chamado Mundo das Idéias, onde a idéia das coisas é pura e perfeita (segundo interpretou Aristóteles, aluno de Platão, essas idéias eram os conceitos das coisas), e outro que chama de Mundo Sensível, onde os sentidos apreendem as coisas apenas em parte, turvando as idéias puras das coisas.
            Exemplo: todos os professores de uma universidade podem se enfileirar diante de uma só classe de alunos. O que verão os alunos? Um professor alto, magro e mais velho, outro mais baixo, mais gordo e mais novo, uma professora mais bela, uma mais velha e mais séria, outro professor tão novo que parece um aluno, etc.. Ora, todos eles têm algo em comum: são professores. Porém, se os observarmos individualmente, não são iguais, e se os escutarmos, veremos que nem mesmo dão aula da mesma forma. Mas algo permanece: são professores. Muito bem, essa observação das diferenças físicas, didáticas, etc., dos professores, pode nos levar até mesmo a acreditar que muitos deles não sejam sequer professores, mas sim um avô, um pai, um aluno, um médico, etc.. Porém são professores. A idéia de professor, dessa forma, está sendo atrapalhada por nossos sentidos, que observam essas características individuais e turvam a idéia primeira, primordial, a Idéia de professor.
Para Platão, essa idéia de professor mora no Mundo das Idéias e as observações, no Mundo dos Sentidos. Essa idéia de professor é a verdade, o real puro, cristalino e ideal, atrapalhada por nossos sentidos, que observam as particularidades, turvando a visão clara que nosso espírito poderia ter das Idéias.
Platão afirmou não haver harmonia entre corpo e espírito (teoria órfica) e que o espírito, quanto mais livre dos sentidos do corpo, mais claramente será capaz de contemplar as idéias.
A busca por uma vida que anule ao máximo os sentidos, libertando o espírito para a contemplação das Idéias, é o que caracteriza o filósofo.
Dentre as Idéias, a mais elevada é a do Bem, e o esforço para alcançá-la caracteriza a maior das virtudes: a da Justiça.
Deus, o Demiurgo, fica entre os dois mundos (o das idéias e o dos sentidos), e tem um papel de organizador de ambos.
Platão usa a alegoria da caverna, metaforicamente, para explicar a teoria das idéias.
O mito da caverna fala dos homens acorrentados de costas para a entrada de uma caverna, olhando os reflexos bruxuleantes de uma fogueira em suas paredes internas. De fora, da boca da caverna, vem uma luz forte. As sombras seriam o mundo sensível, as correntes seriam os sentidos dados pelo corpo e a luz de fora, o mundo das Idéias.

Bibliografia
CHAUI, Marilene, Filosofia Novo Ensino Médio. Ed. Ática, 2005.

2 comentários:

  1. Olá Andrei,

    Platão fez de seu estudo em uma Dicotomia.
    “Para Platão existe dois tipos de conhecimento:
    O mundo das idéias, que é o mais verdadeiro porque se mantém igual.
    O mundo real, que se altera-se, se transforma, não se mantém igual.”

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  2. Andrei
    Platão descreve uma relação estreita entre a natureza humana e a natureza universal, o pequeno mundo” e o Todo,pois a “a razão tem dificuldade em atingir os verdadeiros sentidos por causa da deformação que os sentidos inevitavelmente provocam. Portanto, cabe à razão depurar esses enganos, para que o espírito possa atingir a verdadeira contemplação das ideias, se o indivíduo permanece dominado pelos sentidos, fica restrito a um conhecimento imperfeito do mundo dos fenômenos.

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