O
método “pedagogizador” está relacionado a instrução do
aluno, onde ele reproduz o conhecimento, aplica técnicas para que ele seja
treinado. Esse modelo tem sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus
críticos buscam superá-lo .Seu suporte é a consideração de que há
dois fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de conhecimento
seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser
conhecida de outro. A conseqüência para a educação, bem como em termos de
propostas pedagógicas, é a restrição à aplicação de técnicas a um sujeito, o
aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado.
Em
contraposição, propomos analisar um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num
sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chamamos este
modelo de “modelo educacional”. Mas não
consideraremos que diálogo, intersubjetividade, modelo comunicativo, etc.,
bastem. Será ainda preciso mostrar seus pressupostos teóricos, as implicações
decorrentes, e principalmente, como ele pode ser aplicado, aliviando as
dificuldades pelas quais passa nossa sociedade, sendo o papel da educação
central para compreender essas dificuldades e propor mudanças. Este é um
processo complexo, e, evidentemente, a própria educação, especialmente a
educação formal, escolar, precisa ser revista com urgência.
A
prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de
ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade
comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os
pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação. As
práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos, e não
autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das
normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos, políticos,
usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos à crítica,
são fundamentais para as práticas educacionais. E estas representam o solo de
germinação da ação comunicativa.
A importância extrema da educação decorre de
ela servir como anteparo à tecnicização, à colonização do mundo da vida pelo
sistema, mas também deve servir para intervir no meio dinheiro e poder, de modo
a enfrentá-los pela democracia e pelo direito.
Bibliografia
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia
da Educação. São Paulo: Moderna, 1996.
CHAUI, Marilene, Filosofia Novo Ensino Médio. Ed. Atica,
2005.
Olá Andrei
ResponderExcluirMétodo “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade.
O relacionamento entre indivíduos no ambiente localiza-se no campo da ação, ou na liberdade de ação, o que implica a negociação com o outro. Neste sentido, a intersubjetividade é a relação entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objeto.